Execução de ex-delegado Ruy Ferraz Fontes: um crime que expõe fragilidades na segurança paulista

Gilson Pimentel
Sep 21, 2025By Gilson Pimentel

Praia Grande (SP) — O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, foi brutalmente assassinado na noite de segunda-feira (15) em Praia Grande, litoral paulista. O caso mobiliza autoridades e reacende debates sobre o crime organizado e a segurança de agentes públicos.


Quem era Ruy Ferraz Fontes

Delegado de carreira com mais de 40 anos de serviço na Polícia Civil de São Paulo.  
Foi delegado-geral do estado entre 2019 e 2022.  
Atuou em unidades estratégicas: Denarc, Deic, DHPP, entre outras. Ficou marcado por indiciar a cúpula do PCC em 2006 — inclusive Marcola.  
Em 2023, assumiu a Secretaria de Administração da Prefeitura de Praia Grande.  


Como ocorreu o crime

Por volta das 18h de segunda, Fontes deixava a sede da Prefeitura de Praia Grande quando foi alvo de uma emboscada.  

Ele foi perseguido por criminosos que o seguiram em veículos, inclusive uma Hilux. O carro em que estava colidiu com um ônibus, parte da perseguição.  
Após a colisão, três homens armados com fuzis desceram de um veículo auxiliar. Um deles efetuou disparos enquanto os outros se aproximavam do carro da vítima, que já estava capotado. Foram detalhados mais de 20 tiros no ataque.  
Logo depois, o carro usado pelos autores foi abandonado e incendiado.  


Linhas de investigação

A Polícia considera o crime altamente planejado, com indícios de execução profissional.  

Uma das hipóteses mais fortes é que o PCC esteja envolvido, tendo em vista o histórico de Fontes de enfrentar a facção.  
Foram identificados pelo menos dois suspeitos: um já com passagens por roubo e tráfico de drogas, inclusive desde menor. Prisão temporária para ambos foi solicitada.  
Também há a ajuda oferecida pelo governo federal, via Polícia Federal, para reforçar as investigações.  


Repercussão

O secretário estadual de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, classificou o crime como um “atentado” e determinou força-tarefa para identificação e prisão dos responsáveis.  

O governo federal, por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, se colocou à disposição para colaborar.  
A violência do crime reacende debates sobre as facções criminosas no Brasil, o poder de influência dessas organizações, e os riscos enfrentados por agentes públicos que se opõem a elas.