Trump autorizou ação militar cirúrgica na Venezuela

Sep 04, 2025By Gilson Darcy
Gilson Darcy

Trump autorizou ação militar cirúrgica na Venezuela: “EUA não podem ter, nas Caraíbas, um narco-Estado aliado da China, da Rússia e do Irão”

Na terça-feira, 2 de setembro de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou uma ação militar cirúrgica contra uma embarcação venezuelana no sul do Mar do Caribe, resultando na morte de 11 pessoas. O ataque foi realizado pela Marinha dos EUA e visou uma lancha associada ao grupo criminoso Tren de Aragua, designado como organização terrorista estrangeira pelo governo norte-americano. Trump afirmou que a operação teve como objetivo combater o tráfico de drogas proveniente da Venezuela, que, segundo ele, representa uma ameaça direta aos Estados Unidos .


Contexto e Justificativa

O ataque ocorreu em um momento de crescente tensão entre os EUA e o regime de Nicolás Maduro. Desde agosto de 2025, os EUA haviam aumentado sua presença militar na região, com a mobilização de sete navios de guerra e um submarino nuclear, totalizando mais de 4.500 militares. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, declarou que a operação foi uma “missão muito séria” e advertiu que outras ações semelhantes seriam realizadas contra traficantes identificados como terroristas .

Trump compartilhou um vídeo do ataque, afirmando que a tripulação da embarcação fazia parte do Tren de Aragua e estava transportando grandes quantidades de drogas destinadas aos EUA. Ele também acusou o governo de Maduro de estar por trás do tráfico de drogas e do terrorismo na região .


Reações e Controvérsias

USA flag patch on military uniform of american soldier

A operação gerou reações diversas. O governo venezuelano contestou a autenticidade do vídeo divulgado, sugerindo que poderia ter sido manipulado com inteligência artificial. No entanto, uma verificação preliminar da Reuters não encontrou evidências de manipulação .

Internacionalmente, líderes de países do Caribe expressaram opiniões divergentes. A primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, apoiou firmemente a ação dos EUA, afirmando que todos os traficantes deveriam ser eliminados “violentamente”. Por outro lado, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, criticou o ataque como uma possível violação do direito internacional, sugerindo que tais ações constituem execuções extrajudiciais .


Implicações Legais e Estratégicas


Soldier fighters standing together with guns. Group portrait of US army elite members, private military company servicemen, anti terrorist squad

Especialistas em direito internacional questionaram a legalidade da operação, especialmente considerando que o ataque ocorreu em águas internacionais e não houve uma ameaça iminente aos EUA. Adam Isacson, do Washington Office on Latin America, afirmou que a ação “parece um massacre de civis no mar”, destacando que ser suspeito de transportar drogas não justifica uma sentença de morte .

Além disso, a operação levanta questões sobre o papel das forças armadas dos EUA em atividades tradicionalmente desempenhadas por agências civis, como a aplicação da lei e a interdição de drogas. Especialistas alertam para os riscos de estabelecer precedentes legais e constitucionais perigosos, com implicações para as liberdades civis e os direitos humanos .

Conclusão

Conflict between USA and Venezuela - male fists

A ação militar autorizada por Trump marca uma escalada significativa na política externa dos EUA em relação à Venezuela, refletindo uma abordagem mais agressiva no combate ao tráfico de drogas. Enquanto o governo dos EUA justifica a operação como uma medida necessária para proteger a segurança nacional, a comunidade internacional permanece dividida quanto à legalidade e às implicações estratégicas dessa intervenção. O futuro das relações entre os EUA e a Venezuela dependerá da evolução desses eventos e das respostas da comunidade internacional.