Rússia dispara míssil hipersônico Tsirkon durante exercícios militares com Belarus no Mar de Barents

A Rússia anunciou neste domingo (14) o disparo de um míssil hipersônico Tsirkon durante os exercícios militares conjuntos Zapad, realizados com a Bielorrússia no Mar de Barents, região estratégica próxima ao Ártico. Segundo o Ministério da Defesa russo, o projétil atingiu e destruiu um alvo designado com impacto direto.

O lançamento do Tsirkon foi acompanhado por outras manobras, incluindo bombardeios realizados por caças Su-34 e operações de aeronaves antissubmarino da Frota do Norte. Moscou afirma que os exercícios são de caráter defensivo, mas o movimento ocorre em meio a tensões crescentes com a OTAN, sobretudo após incidentes envolvendo drones russos em território polonês.

O que é o míssil Tsirkon

O Tsirkon (Zircon, 3M22) é um míssil hipersônico de última geração, capaz de atingir velocidades próximas a Mach 9 — quase nove vezes a velocidade do som.

Alcance estimado: de 400 km a 1.000 km, dependendo das condições de lançamento.
Carga útil: cerca de 300 a 400 kg.
Plataformas: pode ser disparado de fragatas, submarinos e, no futuro, possivelmente de lançadores terrestres.
Velocidade: reduz drasticamente o tempo de reação dos sistemas de defesa antimísseis tradicionais.

Analistas militares apontam que o Tsirkon representa um avanço significativo no arsenal russo, já que combina velocidade extrema com capacidade de manobra em voo, tornando sua interceptação muito mais difícil.

Impacto estratégico

Para especialistas, o disparo tem peso simbólico e estratégico. Ao testar e exibir o míssil em um exercício internacional, Moscou envia um recado direto à OTAN de que mantém capacidade de dissuasão frente a eventuais provocações no flanco norte europeu.

O arsenal hipersônico é visto pelo Kremlin como peça-chave na manutenção da paridade militar com os Estados Unidos e seus aliados. Ao mesmo tempo, levanta preocupações no Ocidente sobre a escalada tecnológica em armamentos que podem alterar o equilíbrio de forças e reduzir as chances de diálogo diplomático.