Protestos pró-Palestina interrompem Vuelta a España; etapa final é cancelada

Sep 15, 2025By Gilson Darcy
Gilson Darcy

MADRID — A última etapa da edição 2025 da Vuelta a España foi abruptamente cancelada neste domingo (14 de setembro) em razão de fortes manifestações pró-Palestina que tomaram as ruas de Madrid, causando riscos à segurança dos ciclistas, funcionários e público. 


O que aconteceu 

Mais de 100.000 manifestantes compareceram às ruas da capital espanhola para protestar contra a participação da equipe Israel Premier Tech na corrida, que muitos enxergam como sinônimo de “sportswashing” em meio ao conflito em Gaza.  

A manifestação escalou quando protestantes derrubaram barreiras de contenção, impediram o acesso da caravana da prova à reta final e ocuparam parte do trajeto.  
Devido ao avanço dos protestos, organizadores decidiram suspender a etapa final com cerca de 50 quilômetros restantes para a chegada. Também foi cancelada a cerimônia no pódio, normalmente realizada ao fim da prova.  


Consequências imediatas

O dinamarquês Jonas Vingegaard, até então líder geral, foi confirmado como vencedor da Vuelta 2025.  

A cerimônia de encerramento não foi realizada por motivos de segurança.  
Duas pessoas foram detidas durante os confrontos entre manifestantes e a polícia.  
22 policiais ficaram feridos, embora relatórios digam que sem gravidade.  


Contexto e tensão crescente

As manifestações vinham ocorrendo há dias. Várias etapas anteriores já haviam sido alteradas, encurtadas ou neutralizadas devido a protestos.  

O principal alvo é a presença da equipe israelense-canadense Israel Premier Tech, dona do nome e identidade da equipe, que foi criticada por muitos manifestantes como símbolo ligado ao governo israelense. A equipe até removeu parcialmente o nome de seus uniformes em algumas etapas.  


Reações políticas e esportivas

O governo espanhol, inclusive o primeiro-ministro Pedro Sánchez, expressou compreensão pelas manifestações.  
Já autoridades conservadoras e parte do público criticaram a interrupção do evento, argumentando que os protestos comprometeram o caráter esportivo da prova e causaram dano à imagem da organização e do país.