Protestos na NASA: cortes de orçamento e risco de colapso científico preocupam funcionários
A NASA, tradicionalmente reconhecida como um dos maiores símbolos da ciência mundial, enfrenta uma crise sem precedentes. Nos últimos meses, funcionários, cientistas e engenheiros da agência espacial norte-americana organizaram protestos e divulgaram cartas abertas contra cortes severos no orçamento e programas de demissão em massa.

Segundo estimativas, até 20% da força de trabalho da agência pode deixar a instituição até 2026, fruto do chamado Deferred Resignation Program (DRP) — uma espécie de saída voluntária incentivada. Para os trabalhadores, essa medida ameaça não apenas a continuidade de missões científicas em andamento, mas também a segurança de futuros projetos espaciais.
Entre as principais preocupações estão:
• Cancelamento de missões já programadas em astronomia, exploração planetária e observação da Terra;
• Perda de know-how técnico, resultado da saída de cientistas e engenheiros com décadas de experiência;
• Risco para a segurança em operações mais complexas, incluindo missões tripuladas;
• Enfraquecimento do monitoramento climático, uma das áreas mais estratégicas da agência.

Mais de 280 profissionais ligados à NASA assinaram a chamada “Voyager Declaration”, carta aberta que alerta para o “desgaste institucional” e os perigos de cortes tão profundos. Os protestos, realizados inclusive em frente à sede da agência em Washington, já ganharam apoio de parlamentares que defendem a revisão do orçamento proposto para 2026.
Embora ainda dependa da aprovação do Congresso, parte dos cortes já vem sendo aplicada, gerando temor de que os danos sejam irreversíveis. Para especialistas, está em jogo não apenas a liderança dos EUA na corrida espacial, mas também a capacidade de produzir ciência de ponta em áreas vitais para o futuro do planeta.
