O Cérebro artificial da China
China revela SpikingBrain-1.0: a IA “semelhante a um cérebro” que pode mudar o jogo
Pequim, Setembro de 2025 – A China acaba de apresentar o SpikingBrain-1.0, um modelo de inteligência artificial inspirado no funcionamento do cérebro humano, que promete ser muito mais eficiente do que as IAs ocidentais actuais.

O que é o SpikingBrain-1.0
Ao invés de seguir o modelo tradicional dos Transformers (que exigem imensos dados e elevado poder computacional), o SpikingBrain utiliza neurónios de “spike” (neurónios que disparam apenas quando há sinal relevante).
Foi treinado usando apenas cerca de 2% dos dados exigidos por modelos concorrentes para atingir desempenhos semelhantes em tarefas de linguagem e raciocínio.

Velocidade e eficiência
Uma das variantes do SpikingBrain demonstrou uma aceleração de ~26,5 vezes comparado aos Transformers tradicionais ao gerar o primeiro token num contexto de um milhão de tokens.
Além disso, o modelo funciona em GPUs desenvolvidas internamente, parte do esforço chinês por uma cadeia tecnológica mais independente.

Implicações
Poderá ser particularmente útil para tarefas que envolvam sequências longas de dados — como análise jurídica, documentos médicos, ou sequências de ADN.
O baixo consumo de dados e energia pode representar um passo significativo para reduzir os custos e a pegada energética das IAs modernas.
Esta abordagem inaugura uma nova via técnica — uma alternativa aos modelos baseados apenas em grande escala e recursos — com potencial para inspirar o desenvolvimento de chips neuromórficos mais eficientes.

Limitações e dúvidas
Embora os resultados iniciais sejam promissores, ainda não está claro até que ponto o modelo poderá substituir ou superar os Transformers em todos os contextos, especialmente em tarefas que envolvem criatividade ou aprendizagem contínua.
Também se deve observar a fiabilidade, robustez e viéses, aspectos essenciais sempre que se introduz uma arquitectura nova.

O SpikingBrain-1.0 mostra que a China está a apostar forte numa IA mais sustentável, eficiente e menos dependente de enormes recursos. Se for confirmado, poderá ser um marco que muda o paradigma da IA global.